Cinco Discos Para Conhecer: Stoner Rock - Parte 2


Texto publicado originalmente no site Consultoria do Rock

Spiritual Beggars – Ad Astra [2000]
Formado na Suécia, o Spiritual Beggars começou como um novo projeto do guitarrista Michael Ammott após deixar o Carcass. Trazendo um som totalmente diferente de sua antiga banda, o grupo busca toda a  inspiração lá nos anos 70, com um trabalho de guitarras encorpado e muito groove.  Escolhi esse disco basicamente por ser o meu favorito e o que considero o mais cativante, além de ter o vocalista Christian “Spice” Sjöstransd, cujo timbre combina agressividade e melodia, como o estilo pede.  Esse é o último registro de Spice que seria substítuido por JB, e mais tarde deixaria o posto para Apollo Papathanasio, que assume os vocais atualmente. O Spiritual Beggars é um dos melhores representantes do gênero e merece uma ouvida em toda a sua ótima discografia.

Nebula - Charged [2001]

Ao deixarem o lendário grupo Fu Manchu, o baterista Ruben Romano e o guitarrista Eddie Glass montaram o Nebula, no final dos anos 90. O trio une uma porrada de riffs ao som do Blue Cheer e tudo isso com a energia de uma banda de garagem. O trabalho de guitarras de Eddie Glass é acima da média. Os três primeiros discos são impecáveis, mas escolhi Charged por trazer a crueza do primeiro disco, com composições mais bem elaboradas e um pé a mais na psicodelia. A banda lançou quatro álbuns e quatro EPs e em 2010 entrou num hiato, que se arrasta até hoje, infelizmente.


Dead Meadow – Dead Meadow [2001]
Enquanto a maioria dos grupos de stoner tem sua sonoridade baseada em riffs e com forte influência de Black Sabbath, o Dead Meadow explora o lado mais psicodélico do gênero, soando como um Pink Floyd mais encorpado. O grupo investe em passagens atmosféricas, longos solos de guitarra, psicodelia, muito (muito mesmo) wah-wah, e fuzz. Ao longo de sua discografia, a banda foi deixando o som cada vez menos pesado e mais voltado às viagens sonoras com um apelo até certo ponto acessível. Seu disco de estreia fica como o registro mais representativo do quarteto de Washington DC.


Torche – Harmonicraft [2012]
O Torche é uma banda curiosa. Mesmo tendo uma sonoridade típica do gênero, com muitos riffs, guitarras droppadas e passagens viajantes,o grupo não abre mão de belas melodias, canções curtas e refrãos grudentos. Para quem não aprecia tanto o lado mais psicodélico, as longas jams e viagens que fazem parte do estilo, o Torche pode ser uma boa indicação, ao menos para começar a entrar nesse mundo chapado. A banda tem quatro discos no currículo, todos de alto nível, mas indico o último trabalho dos caras, que cativa de primeira.



Melvins – Houdini [1993]
Erroneamente classificado como “grunge”, assim como milhares de outras bandas da cena indepente dos anos 90, o Melvins tem uma discografia pra lá de extensa e Houdini é o melhor e mais representativo registro. O som desse trio de Washington é uma mistureba só. Tem hardcore, doom metal, sludge, hard e mais uma porrada de coisas. No fim das contas o Melvins faz barulho, e dos bons. Apesar de ter outro disco maravilhoso, com o sugestivo nome de Stoner Witch (1994), ainda classifico esse álbum de 94 como o auge da banda. Destaque para a versão de “Goin’ Blind” do Kiss.

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